Jo. 14.8Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Este versículo poderia estar incluído no próximo capítulo dessa obra, mas como alguns insistentemente ainda o usam, é oportuno fazermos algumas reflexões.

Antes de mais nada devemos fazer menção as palavras de Jesus em Jo. 6.46 “Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que é vindo de Deus; só ele tem visto o Pai”, por onde se pode perceber que Jesus, nas palavras que disse a Felipe, não intencionou identificar-se como sendo o próprio Pai.

Felipe pede para ver o Pai e Jesus diz: “Quem me vê a mim vê o Pai”. Deve ser observado que tal afirmação não pode ser encarada como uma prova de identificação do Filho com a Deidade por um trinitariano; primeiro porque Jesus não disse “eu sou o próprio Pai (Deus)”, segundo porque eles creem que o Pai é uma “hipóstase” ou “pessoa” da “substância” Deus, assim, se a afirmação de Jesus for uma reivindicação de igualdade absoluta seria, então, Filho e Pai ao mesmo tempo e isso é mais sabeliano que trinitariano. Não querendo deixar dúvida de que a afirmação não era de consubstanciação ou co-igualdade com a Deidade, Jesus afirma em seguida, já no verso 10: “As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. É por esta razão que Jesus diz que quem o vê, vê o Pai. Tudo que Jesus faz, o faz pela vontade do Pai, sendo assim o reflexo de Deus na terra. Jesus mais uma vez mostra não ser Deus e depender DELE, pois Deus, o Pai, faz suas obras por meio de Cristo. Tudo aquilo que se pode ver de Deus é percebido em seu Filho, Jesus Cristo. Ele é a “imagem do Deus invisível”. Mas, Deus mesmo continua invisível e habitando na luz inacessível.