Em defesa do eterno conceito de Deus como um e único

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Não há oração expressa a Jesus no NT

NÃO HÁ ORAÇÃO EXPRESSA A JESUS NO NT.

Apesar de não haver nenhum problema que alguém se dirija a Cristo, considerando que ele está vivo, presente entre os seus, e é mediador entre Deus e os homens; foi o próprio Senhor Jesus que nos ensinou como devemos orar. E seu ensino quando a isso é que nossos rogos em oração sejam dirigidos ao Pai.

Quando falamos de oração, reconhecida como tal, em todas as ocorrências a palavra usada para “orar” é προσευχομαι (proseuchomai) ou uma de suas derivadas. Essa palavra nunca é aplicada pelos discípulos a Jesus, nem em vida, nem após sua ressurreição. É sempre aplicada no relacionamento dos discípulos e apóstolos para com Deus, e, também, de Jesus para com Deus.

Para defender a deidade de Jesus alguns dirão que orações também eram direcionadas a Jesus e pensarão em Jo. 14.14 onde na ARA reza: “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (destaquei), onde o “ME” parece sugerir que Jesus nos ensina orar a ele em seu próprio nome para obtenção das coisas, contrastando com Jo. 16.23 ou Mt. 6.9 onde ele nos ensina orar ao Pai. De fato, com a redação proposta pela ARA a conclusão de um ensino de que devemos orar a Jesus parece ser possível. Mas, leitores de outras versões da Bíblia teriam um entendimento diferente. A ACF, por exemplo, reza: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.A famosa KJV (King James Version) traduz: “If ye shall ask any thing in my name, I will do it”. Em ambas está ausente o “me”, e com essa ausência a sugestão de que deveríamos orar a Jesus desaparece e indica que Jesus seria aquele que executaria para nós aquilo que foi pedido ao Pai. A NIV traduziu “O que vocês pedirem em meu nome, eu farei”, sem o “me”. Também, a Bíblia Viva traz: “Sim, peçam qualquer coisa, em Meu nome, e Eu o farei!”. A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também traduz o verso sem esse pronome: “Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei”. Jesus, nesses textos, é o instrumento para atendimento das orações dirigidas ao Pai.

Essas diferentes traduções impõem questionamentos do porquê da existência delas. Essas diferenças têm a ver com os manuscritos adotados. A ARA usa o TC e a ACF usa o TR. A Bíblia publicada pela CNBB, edição católica, a NVI e a Bíblia Viva, edições protestantes, apesar de usarem o TC como base, seguiu nesse verso o TR. Por que será?

Textos gregos antigos como o P66, que apresenta o “me”, datado do segundo século, pode ser requerido como uma forte testemunha da legitimidade da leitura com o “me”. No entanto, o papiro P66 não é o melhor representante de uma boa cópia. O Dr. Norman Wilbur Pickering1, citando Colwell, informa que Ele localizou e revelou que P66 tem 400 itacismos2 mais 482 leituras singulares3 outras, 40 por cento das quais são sem sentido. P66 edita [i.e, introduz as opiniões do copista], como faz com todo o mais – de forma desleixada’. Em suma, P66 é uma cópia extremamente ruim.(fiz os destaques). Existem outros textos posteriores a P66 que também apresentam o “me”: א, B,W, Δ, Θ, f e etc. Isso, somando ao fato de que os críticos textuais postulam que a leitura mais difícil deve ser a preferida, ou seja, consideram que por ser a menos provável, ou a mais incomum, deve ser a escolhida como verdadeira, mas, por conta da dificuldade da existência de uma leitura como essa, tem feito com que o grau de certeza para o “me” seja classificado como “B”, onde “A” seria de aceitação pacífica. Mas, esse é um detalhe importante, se “A” é verdadeiramente a certeza, “B” não pode ser tomado como certo.

Sem dúvidas cópias que tenham seguido P66 podem ter reproduzido seus erros, inclusive nessa leitura singular onde se teria:Se me pedirdes … em meu nome. Alguém ensinar que devemos pedir a ele, no nome dele mesmo é, de fato, uma sugestão incomum e absolutamente desnecessária; principalmente quando o mesmo nos ensina a orar a seu Pai, em nome dele, em muitas outras ocorrências. Sermos ensinados pelo Filho a orar a Deus em nome de seu Filho, faz sentido, mas ensinados pelo Filho a pedirmos ao Filho em nome do próprio Filho é descabido ao extremo e não usual.

Deve-se destacar, também, que outras cópias gregas igualmente antigas não apresentam o “me”: A, D, K, L, Π, Ψ , Byz, dentre outros. Antigos pensadores cristãos como Cirilo, Vitorino-Romano e Agostinho citaram o texto sem o “me”. A versão copta Sahidic ЄΤЄΤΝϢΑΝΑΙΤЄΙ ΝΟΥϨШΒ ϨΜ ΠΑΡΑΝ ΠΑΙ ϯΝΑΑΑϤ, que data entre o II e III século diz: “Se deve pedir qualquer coisa [peça] em meu nome e eu o farei.”

O famoso gramático de grego F. F. Bruce considera que “No versículo 14 a evidência textual é equilibrada entre manter ou omitir me; mas a lógica e o pensamento aqui favorecem sua omissão, que realmente parece ser exigida pelo sentido claro de 16.23a”.4

Assim, temos textos antigos que atestam as duas variantes, mas somente uma é plenamente contextual com os ensinos de Jesus que nos disse a quem devemos orar, o Pai.

É precário, realmente, sugerirmos que deva ser adotada uma variante, e, cuja aceitação não é unânime, como via apropriada para acreditarmos que Jesus nos ensinou orar a ele em seu próprio nome. Isso não aconteceu.


1 Em Qual o Texto Original do Novo Testamento.

2Itacismo ocorre quando há a substituição de uma vogal ou um ditongo por outro que se pronuncia de forma igual ou muito parecida.

3 Ou seja, encontrada apenas nele.

4 F. F. Bruce em João: Introdução e Comentário, Editora Mundo Cristão, 1ª Edição, 1987, reimpressão de 2014, pág. 258

Jesus ser invocado faz dele Deus?

JESUS SER INVOCADO FAZ DELE DEUS?

A palavra “invocar” tem sido tomada como um termo técnico aplicável apenas à Deidade e, por isso, alguns sugerem que pelo fato de haver uns poucos versos onde a palavra está relacionada com Jesus que ele, necessariamente, seria Deus. Mas, os exemplos do NT não sugerem que Jesus só foi invocado porque seria, ele mesmo, o próprio Altíssimo Deus.

Os que usam essa ideia partem de uma premissa equivocada e erram a conclusão por isso. O próprio texto sugerido de 1 Co. 1.2 tem, para o fim cristoteísta, a palavra “invocar” isolada totalmente do seu contexto, a partir de onde se faz uma sugestão de uma ideia que não está lá. Na verdade, esse mesmo verso, se lido com todas as palavras do texto, nega essa pretensão.

No verso 1 do cap.1, ler-se que Paulo é “apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus”. O verso 2, inicia “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus”. É muitíssimo evidente que, de forma cristalina, o escritor da epístola distingue ambos, e os distingue não na relação de filiação (como talvez poderia requerer algum trinitário: Pai e Filho), mas na relação de identidades; um é Deus e outro é o ungido Jesus. Assim, parece muito forçado sugerir que a realidade expressa da distinção de naturezas, já que somente um é identificado como sendo Deus, possa ser sobreposta por causa do uso da palavra “invocar”. Seria negar o que está dito claramente por uma imposição da vontade trinitária.

Outro exemplo pode ser observado em At. 7.59 onde Estêvão invoca Jesus. Será que isso indica que o Escritor Sagrado entendeu Jesus como Deus por causa dessa “invocação”? Não. Não entendeu. Mais uma vez o contexto desmente a proposta de estabelecer uma identidade de Jesus como sendo o próprio Deus. O verso 55 diz que Estevão viu a Jesus à direita de Deus, portanto, novamente, o próprio relato bíblico não confirma a Jesus como Deus, pelo contrário, faz notável distinção. Lembrando que ali não diz “à direita do Pai” (como se estivesse falando de uma suposta distinção hipostática), mas à direita de Deus (o ser de Deus). Não parece ser de bom alvitre intercambiar ou substituir subconscientemente, ou conscientemente, de forma bem “conveniente”, os vocábulos “Deus” por “Pai” para diminuir o contraste do que está dito. Ali há nítida distinção onde Deus é um e Jesus é outro. É de tal forma que Estevão reconheceu a Jesus no verso 55 como o “Filho do Homem”, logo sem qualquer insinuação de que ele o estivesse reconhecendo textualmente como Deus. Vale insistir, e chamar a atenção, que essas são afirmações que não nos permitem concluir que Jesus foi reconhecido como sendo Deus pelo mártir Estevão. Sugerir que a palavra “invocar” muda isso seria negar o que está afirmado, em termos de identificação distintiva entre Deus e Jesus, para fazer uso de uma ideia subjetiva que não está no texto.

O que percebemos com isso? Percebemos que o trinitarismo (também o unicismo) desprezou a própria lógica e a espiritualidade dos relatos para adotar uma interpretação do que significa “invocar”, que não é confirmada no contexto.

Ora, não há problema algum que Estêvão peça a Jesus, em invocação, que receba seu espírito, considerando que está escrito que Deus subordinou todas as coisas ao Filho (I Co. 15.25-27) e lhe deu todas as coisas (Jo. 13.13). Será que a vida de Estêvão, diante dessas afirmações, não estava sob a regência de Cristo? Será que Jesus precisava forçosamente ser Deus ou, simplesmente, lhe bastava ser o homem designado por Deus ? (At 17:31 “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”). Em vez de reconhecer o fato de que receber invocação é uma prerrogativa dada a Cristo por Deus, estão querendo fazer de Jesus o próprio Deus, algo que não é nem confirmado, nem afirmado no texto.

Não se faz necessário para o entendimento bíblico criar uma dificuldade e depois artificializar uma solução trinitária. O termo “invocar” não estabelece identidade de ninguém.

Por que o requerimento do termo “invocar”, como um termo técnico para impor deidade a Jesus, põe o trinitarismo fora da realidade bíblica e fora da natureza histórica da Bíblia? Ora, além do fato objetivo da própria distinção que as Escrituras fazem entre Deus e Jesus, como o próprio Estêvão fez antes de entregar o seu espírito a Cristo, bem como Paulo distinguiu Deus e Jesus, no contexto do requerido verso 2 da primeira carta aos Coríntios, há o inapelável fato de que o termo “invocar” aplicado a Jesus em alguns versículos, até mesmo de forma pública (como está escrito “em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo”), não foi motivo de um único judeu sequer, e dentre eles os fariseus (do grupo capaz de olhar as mãos sujas dos discípulos às refeições, Mc. 7.2), das diversas regiões onde eventualmente tenha ocorrido uma invocação a Cristo, apresentar uma óbvia acusação de idolatria. Os discípulos seriam os idólatras e Jesus o objeto de culto. Novamente, nenhuma acusação foi feita aos apóstolos ou aos discípulos nem a igreja de idolatria. E foi de tal forma que a ausência da ideia de uma acusação tão elementar que seria, considerando o suposto reconhecimento público de deidade a Jesus, por causa das invocações, levaram os judeus a pagar pessoas para acusar os discípulos de alguma transgressão: “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus” (At. 6.11). Ora, se “invocar” é reconhecer Jesus como Deus, então, por que precisaram pagar a alguém para levantar falso testemunho de transgressão contra os discípulos?

O verbo ἐπικαλέω não é um verbo determinador de “divindades” como quer que acreditemos a linha trinitária.

Ao invocar a César em At. 25.11, certamente Paulo não usou o verbo epikalô abonando ou achando que César fosse “Deus” ou o reconhecendo como alguma “divindade” (Paulo não era idólatra), apenas desejou ser julgado por César em sua presença. Como a Bíblia ou o Novo Testamento não é um livro de invocações a César, mas a Deus e a Cristo, daí decorre que não é de se esperar a mesma quantidade de ocorrências, ainda que existam, aplicadas a César ou a quaisquer outros.

O meio de identificação dos envolvidos não está na aplicação do epikalô (invocar), mas nos próprios indivíduos.

Em Is. 55.5, o mesmo verbo que está sendo requerido é usado, no hebraico do Antigo Testamento, “תִּקְרָ֔א” [tiq-rā,] (composição do verbo קָרָא [kaw-raw’]) ou no grego koiné (LXX e NT) o “ἐπικαλέσονταί” [epikalésontai] (composição do verbo ἐπικαλέω [epikaléô], com uma conjugação, inclusive, que é encontrada também em Rm. 10.14, TR), quando diz que o povo de Israel invocaria/clamaria a uma nação que não os conhecia, mas que por benevolência de Deus, seriam atendidos. Ou seja, se invocaria/clamaria a um intermediário (uma nação) da benção de Deus. Isso não transformou aquela nação no próprio Deus por ser invocada. No Antigo Testamento, por exemplo, tem-se “invocação” a Ló em Gn. 19.5 “וַיִּקְרְאוּ אֶל־לֹוט”, “invocação” de bimeleque a Abraão “וַיִּקְרָא אֲבִימֶלֶךְ לְאַבְרָהָם” e etc. Assim, como já mostramos, “invocar” não é um termo técnico ou exclusivo da Deidade.

Com relação a Jesus e o momento da invocação, ou seja, se ele estava em carne ou em espírito, como atualmente está, isso não é obstáculo a nada, porque é segundo a vontade de Deus que ele subjuga todas as coisas. Quem vê problema aí é o trinitarismo para criar uma dificuldade que as Escrituras não apresentam. E a solução da dificuldade, por eles mesmos criada, é transformar Jesus no próprio Deus.

Diante do exposto não há razão para considerar a Jesus como Deus porque ele, ou seu nome, pode ser invocado.

Admissões Chocantes (por Joel Hemphill)

Admissições chocantes *

“Enfrentando a verdade sobre
a doutrina da Trindade”

  por Joel Hemphill

[Antes de mais nada eu gostaria de fazer uma observação aos que vão ler o apanhado de Joel Hemphill. Muitos acham que com essas citações nós estamos querendo dizer que tais pessoas não são trinitárias, ou que no restante de seus escritos eles não estejam defendendo o dogma, e contestam nossas citações dizendo: “Mas eles são trinitários”. É verdade que eles são trinitários, e nós aos citá-los, estamos plenamente conscientes dessa realidade e nem se pretende negar isso. Quando listamos essas declarações estamos querendo mostrar que as bases sobre as quais se sustenta o dogma trinitário é muito menor do que alguns presumem, e tais citações servem como uma boa prova do reconhecimento desse fato. (Valdomiro Filho).]

Vez após vez, quando eu estou estudando a doutrina da Trindade, admirado com seus erros, fico espantado com o número de notáveis estudiosos trinitários ​​que admitem em seus escritos que não é uma doutrina claramente ensinada nas Escrituras. Aqui estão algumas dessas admissões chocantes.

Trinitários como Roger Olson e Christopher Hall dizem da doutrina em seu livro, “A Trindade:”

“É compreensível que a importância dada à esta doutrina seja desconcertante para muitos cristãos leigos e estudantes. Em nenhum lugar é clara e inequivocamente declarada nas Escrituras. Como pode ser tão importante, se não é explicitamente indicada nas Escrituras? ” (P. 1). “A doutrina da Trindade desenvolveu-se gradualmente após a conclusão do NT no calor da controvérsia. A doutrina desenvolvida da Trindade foi explicitada no século IV em dois grandes concílios ecumênicos: Nicéia (325 dC) e Constantinopla (381 UM D). ” (P. 1-2)

O trinitário Douglas McCready em sua obra “Ele desceu do céu” afirma:

“Estudiosos do Novo Testamento discordam se o NT diretamente chama Jesus de Deus. Em termos de Judaísmo do primeiro século, seria compreensível se nenhum escritor do NT descrevesse Jesus como Deus por causa da dificuldade que tal linguagem criaria para os primeiros cristãos com um fundo judaico … É importante notar que cada passagem que identifica Jesus como “theos”  pode ser traduzida de outras formas variantes ou ler-se de maneira diferente” (p. 51).  “No judaísmo bíblico o termo ‘Messias’ não necessariamente carrega qualquer conotação de status divino, e os judeus do tempo de Jesus não estavam esperando seu Messias como algo diferente de humano.” (P. 55). “Enquanto alguns têm usado o título (“Filho de Deus”) para designar Jesus como divindade, nem o judaísmo de Jesus, nem o paganismo um dia compreendeu o título desta maneira. Nem a igreja primitiva “(p. 56).

Escrevendo como um trinitário em seu livro best-seller “Doutrina Cristã”, o Prof. Shirley C. Guthrie Jr., faz essas fortes admissões:

“A Bíblia não ensina a doutrina da Trindade. Nem a palavra “trindade” em si, nem o tipo de linguagem como “um-em-três”, “três-em-um”, uma “essência” (ou “substância”), nem três “pessoas” é linguagem bíblica. A linguagem da doutrina é a língua da igreja antiga tirada de filosofia grega clássica “(p. 76-77). “Mas há um problema óbvio aqui (chamando Jesus Senhor e Salvador) . Há um só Deus, o Criador do céu e da terra, o Senhor e Salvador de Israel. Se dizemos que Deus está realmente presente e no trabalho em Jesus [como Deus], como podemos evitar dizer que não há, de facto, dois de Deuses? – um ‘em cima no céu “e um que apareceu aqui embaixo na terra, O NT não resolve este problema” (p 78-79.). “A doutrina da Trindade não é encontrada na Bíblia “ (p. 80).

O trinitário G. W Bromiley é citado em “The Evangelical Dict de Teologia.” livro editado por Walter Elwell, dizendo:

“No Novo Testamento, não há nenhuma declaração explícita da doutrina …” (p.1112)

O respeitado estudioso Trinitário Evangélico Bíblico Prof. Charles C. Ryrie, escrevendo em sua conhecida obra “Teologia Basic” admite:

“O NT não contém nenhuma declaração explícita da doutrina da trindade de Deus (uma vez que “estes três são um” em I João 5: 7 não é, aparentemente, uma parte do texto genuíno das Escrituras ) “(p 60).. “A definição da Trindade não é fácil de construir. Alguns são feitos por afirmar várias proposições. Outros erram do lado da unicidade ou trindade “(p. 61). “Mesmo com toda a discussão e delimitação que tentamos em relação à Trindade, temos de reconhecer que é em última análise um mistério” (p. 61). “Na segunda metade do século IV , três teólogos da província da Capadócia, no leste da Ásia Menor deu forma definitiva para a doutrina da Trindade “(p. 65). “Mas muitas doutrinas são aceitos pelos evangélicos como sendo claramente ensinado nas Escrituras para os quais não existem textos de prova. A doutrina da Trindade fornece o melhor exemplo disso. É justo dizer que a Bíblia não ensina claramente a doutrina da Trindade . Na verdade, não há sequer um texto de prova , por um texto prova queremos dizer um verso ou passagem que ‘claramente’ afirma que há um Deus que existe em três pessoas “(p. 89).

Quanto ao nome para Deus, no A.T, “Elohim”, Ryrie diz:

“Para concluir pluralidade de pessoas a partir do próprio nome é duvidoso  (p. 58).

O trinitário Millard J. Erickson, professor de teologia na pesquisa SW Seminário Teológico Batista (Batista do Sul), em seu livro sobre a Trindade, “Deus em três pessoas,” é compelido pela evidência bíblica a fazer algumas declarações fortes:

“Esta doutrina de muitas maneiras apresenta paradoxos estranhos … É uma doutrina amplamente contestada, o que tem provocado a discussão ao longo de todos os séculos de existência da igreja. Ela é defendida por muitos com grande veemência e vigor. Esses defensores tem certeza do que acreditam da doutrina, e consideram-na fundamental para a fé cristã. No entanto, muitos não tem certeza do exato significado de sua crença. Foi a primeira doutrina tratada sistematicamente pela igreja, mas ainda é uma das doutrinas mais incompreendida e disputada. Além disso, não está claramente ou explicitamente ensinada em toda a Escritura , no entanto, é amplamente considerada como uma doutrina central, indispensável para a fé cristã. A este respeito, ela vai ao contrário do que é praticamente um axioma (a auto verdade evidente) da doutrina bíblica, ou seja, que não há uma correlação direta entre a clareza de uma doutrina bíblica e sua crucialidade à fé e à vida da Igreja “(p. 11-12).

Erickson continua a dizer a causa de alguns se oporem à doutrina da Trindade:

“…. Há aparente silêncio da Bíblia sobre este importante assunto. Esse argumento observa que não há realmente nenhuma declaração explícita da doutrina da Trindade na Bíblia , particularmente desde a revelação pela crítica textual da natureza espúria de I John 5: 7. Outras passagens foram vistos no estudo mais de perto ser aplicável apenas sob a maior tensão. A questão, porém, é esta: Alega-se que a doutrina da Trindade é uma doutrina muito importante, é crucial, e até mesmo base. Se… este é realmente o caso, por que não deveria ser em algum lugar [dita] de forma mais clara, direta e explicitamente na Bíblia? Se esta é a doutrina que constitui especialmente a exclusividade do Cristianismo, como pode ser apenas implícita na revelação bíblica? Em resposta à reclamação que uma série de trechos da Bíblia são ambíguas ou pouco claras, muitas vezes ouvimos uma declaração de algo como, ‘são as questões periféricas que são nebulosos ou em que parece haver materiais bíblicos em conflito. As crenças centrais são revelados de forma clara e inequívoca.’  Este argumento parece-nos falhar com relação à doutrina da Trindade, no entanto. Pois aqui é uma questão aparentemente crucial em que as Escrituras não falam alto ou claramente. resposta direta. Pouco pode ser feito para esta carga. É improvável que qualquer texto da Escritura pode ser mostrado para ensinar a doutrina da Trindade, de forma clara, direta e inequívoca . ” (Como pode Erickson continuar afirmando a crença na doutrina da Trindade, após fazer tais declarações?). Ele vai mais longe , “Há uma consideração final e muito séria a respeito do status bíblico sobre a doutrina da Trindade. Isso diz respeito aos textos que parecem argumentar contra ela.

  1. O primeiro grupo de textos são aqueles que parecem dizer que o Filho era uma criatura. “(Ele cita Provérbios 8: 22-26; Atos 02:36; Romanos 8:29; Colossenses 1:15; e Hebreus 3: 2. Ele deveria ter incluído Apocalipse 03:14, onde Jesus declarou que ele é  “o princípio da criação de Deus”).
  2. “A segunda classificação de passagens é aqueles em que Deus, o Pai é representado como o único Deus verdadeiro, especialmente quando estes são proferidas pelo próprio Jesus(Ele cita João 17: 3; Marcos 10:18; Lucas 18:19).
  3. “Um terceiro grupo de textos inclui aqueles que parecem sugerir que Jesus é inferior ou subordinado ao Pai(Ele cita João 14:28; e Mateus 26:39).
  4. “O último grupo de textos …. é toda a coleção de declarações sobre as limitações sobre o Filho, se envolvendo ignorância, fraqueza, sofrimento ou desenvolvimento “(Ele cita Mateus 24:36; Marcos 09:21; Lucas 02:52 e Hebreus 5: 8). Erickson, em seguida, faz esta declaração reveladora, ” Nem todos esses textos podem ser facilmente eliminados . “

O estudioso católico Graham Greene foi citado na revista Vida alguns anos atrás, dizendo:

“Nossos oponentes às vezes alegam que nenhuma crença deve ser realizada dogmaticamente que não é explicitamente indicado nas Escrituras … mas nas igrejas protestantes têm-se aceitado tais dogmas como a Trindade , para os quais existe nenhuma autoridade tão precisa nos Evangelhos. ” E ele , claro, é certo!

Adam Clarke, um metodista trinitário em seu “Comentário de Adam Clarke sobre a Bíblia” faz esta declaração forte:

“Aqui eu confio, me é permitido dizer, com todo o respeito por aqueles que divergem de mim, que a doutrina da filiação eterna de Cristo na minha opinião é anti-bíblica e altamente perigoso “(p. 854).

O escritor Lee Strobel, em seu livro “The Case For Christ” (“2 milhões de cópias vendidas”), relata uma conversa com o professor trinitário Ben Witherington do Seminário Teológico Asbury, em relação à pessoa de Jesus. Witherington faz esta declaração interessante, “Se ele tivesse simplesmente anunciado:” Oi, gente ‘Eu sou Deus “, que teria sido entendido como” Eu sou o Senhor [Yahweh],” porque os judeus de sua época não tinha nenhum conceito de Trindade, eles só sabiam de Deus Pai – a quem chamavam de Senhor [Yahweh] -. e não o Filho de Deus ou Deus, o Espírito Santo. Então, se alguém dissesse que ele era Deus , não teria feito qualquer sentido para eles e teria sido visto como blasfêmia clara “(133 p.).

O Teólogo James Hastings, um trinitário, em sua famosa obra ” Hastings ‘Dict de A Bíblia” faz afirmação semelhante:

“Temos de evitar todo o tipo de linguagem que sugere que para São Paulo a ascensão de Cristo foi uma deificação. Para um judeu a idéia de que um homem pode vir a ser Deus teria sido uma blasfêmia intolerável “(p. 707).

Hastings diz também:

“Pode ser que St. Paul em algum lugar nomeie Cristo ‘Deus’ “, e os versos parecem inferir a ele (Hastings) que, ” todos devem ser explicados de outra forma. “Hastings chama isso de “um dos mais desconcertantes problemas da teologia NT . “ Ele afirma que “Nenhum cândido exegeta (um especialista em explicar Escrituras) vai negar que vez após vez que a Cristo é de alguma forma dado um lugar inferior [em relação] a Deus. Toda a Sua obra redentora e posição é rastreada diretamente ao Pai. Nós temos tais expressões como “Deus enviou o seu Filho” (Gal. 4: 4), “Aquele que não poupou seu próprio Filho” (Rom. 8:32), “Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2: 9.) em que ou o dom de Cristo para o mundo, ou a outorga de glória exaltado no próprio Cristo, é declarado ser um ato de Deus. Tudo é aceito, suportou, alcançada “para a glória de Deus Pai. ” “ Hastings continua, “Ainda mais explícito é I Cor 11: 3” a cabeça da mulher é. o homem, e a cabeça de Cristo é Deus “,  e em I Coríntios 15:28 Cristo é retratado como entregando o Reino a Deus , e como, finalmente, a apresentação, mesmo a Si mesmo para um maior “, para que Deus seja tudo em todos”. São Paulo não nos dá muita ajuda, talvez na resolução desta antinomia “ (inconsistência) (p. 708) . Paul não é inconsistente , nós é que têm sido inconsistentes em nossa interpretação de Paul, em nosso esforço para fazer de Jesus “Deus”.

Revelando declarações de outras fontes credíveis.

Existem outras fontes confiáveis, tais como enciclopédias, dicionários e obras seculares que fazem declarações reveladoras a respeito da doutrina da Trindade não ser encontrada na Bíblia. Eles não têm “machado para moer” aparente em conta a sua verdade ou o erro, mas fazem essas declarações com base em história e estudiosos. Aqui estão alguns exemplos:

“A doutrina da Trindade; a fé católica é esta: Nós adoramos um em trindade, mas uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho e outra do Espírito Santo – a Glória igual; a coeternal Majestade A doutrina não é encontrado. na sua forma plenamente desenvolvida nas Escrituras. A teologia moderna não pretende encontrá-lo na OT. Na época da Reforma da Igreja Protestante assumiu a doutrina da Trindade, sem um exame sério . ” (. New Intl Ency .; 1916 Ed .; Vol 23;.. P 47, 477).

“Nenhum registro da fórmula trinitária pode ser descoberto nos atos ou as Epístolas dos Apóstolos.” (. Intl Padrão Bíblia Ency .; Vol 1;. 396 p.).

“A doutrina da Trindade não fazia parte da pregação dos apóstolos”(Ency Intl .; U. Of Glasgow;. 1982 ed .; Vol 18;. 226 p.).

“É uma interpretação errada comum, mas de patente da abertura do Evangelho de João para lê-lo como se ele disse:” No princípio era o Filho e o Filho estava com Deus eo Filho era Deus’. O que aconteceu aqui é a substituição do Filho por Palavra, e, assim, o Filho é feito um membro da Trindade, que existia desde o princípio “. (Dr. Colin Brown, “Trindade e Encarnação: In Search of Contemporary Ortodoxia;” Ex auditu; (7); 1991; p 88-89.).

Os crentes em Deus como uma única pessoa (Deus Pai), eram “no início do terceiro século ainda era formada pela grande maioria . ” (Ency Britannica;.. 11ª ed .; Vol 23;. P 963).

“Hoje, os estudiosos em geral concordam que não há nenhuma doutrina da Trindade, como tal, tanto no OT ou o NT. Seria vão muito além das formas de pensamento de intenção e da OT supor que um quarto do final do século,, ou cristão do século XIII , a doutrina pudesse ser encontrados lá. Da mesma forma, o NT não contém uma doutrina explícita da Trindade “. (Harper Collins Ency do catolicismo;.. P 564-565).

“A Trindade é um ‘mistério’, uma fórmula ou concepção que realmente transcende a compreensão humana. Afirma-se que, embora a doutrina esteja além do alcance da razão humana que … pode ser apreendido (embora possa não ser compreendido) pelo mente humana. O pleno desenvolvimento do trinitarismo ocorreu no Ocidente , na Escolástica dos Idade Média , quando uma explicação foi realizado em termos de filosofia psicologia , especialmente recuperada pelo aristotelismo da 13 th Century “. (Ency Americana;. Vol. 27;. P 27-28).

” O NT não contém a doutrina desenvolvida da Trindade . A Bíblia não tem a declaração expressa de que o Pai, o Filho eo Espírito Santo são de igual essência e, portanto, em um sentido igual a si mesmo a Deus. E a outra declaração expressa também falta, que Deus é Deus, assim, e só assim, ou seja, como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Estas duas declarações expressas, que vão para além do testemunho da Bíblia , são o duplo conteúdo da doutrina da Igreja da Santíssima Trindade. ” (New Intl Dict de NT Teologia;… Colin Brown, Gen. Ed .; Vol 2;. P 84).

“Doutrina trinitária, como tal, surgiu no século IV , em grande parte devido aos esforços de Atanásio e os Capadocianos … A doutrina da Trindade formulada no final do século IV , portanto, afirma que o único Deus aparece em três Pessoas. O objetivo deste formulação foi a de professar que Deus, Cristo e Espírito são igualmente responsáveis ​​pela nossa salvação, portanto, cada um deve ser divino . ” (Harper-Collins Ency do catolicismo;. Richard P. McBrein, Ed .; p 1,271.).

“A doutrina da Trindade é uma tentativa de pós-bíblico para trazer a expressão coerente diversas afirmações sobre Deus … Para os cristãos, o único Deus apareceu no que se chamou de uma tripla “economia”, por assim dizer, três formas ou modos . As dificuldades surgiram logo na formulação e compreensão da tríplice ‘economia.’ Teólogos católicos e protestantes tem procurado de várias maneiras tornar a doutrina, afirmada em Nicéia, compreensível . No pensamento religioso do Iluminismo (17ª e 18ª séculos), houve uma forte reação contra Trinitarianismo como um mistério “ortodoxo” sem base em qualquer experiência ou razão . ” (Academic Intl. Ency .; Lexicon Pub .; 1992 ed .; p. 300-301).

Com estas declarações em mente que eu concordo plenamente com o que o meu velho amigo, o falecido Bispo D.L Welch quando disse: “A doutrina da Trindade é tão fraco como o caldo da sombra de um peru.” Não admira que o falecido Dr. Adrian Rogers, ex- . pastor de Bellevue Igreja Batista de Memphis, TN, começou um sermão sobre a doutrina da Trindade com esta declaração: “Senhoras e senhores, eu vou confessar-vos no início desta mensagem que eu não entendo isso” ( Trindade) . Não é de admirar um autor famoso, a quem o Dr. Billy Graham chama um de seu escritor favorito Evangélica de, disse em uma carta para me recentemente: “Como vocês sabem, a Trindade foi um dos temas mais debatidos da primeira 5 séculos, e ainda nos coçando a cabeça . “

A teologia deve ser inteligível .

Concordo com o Prof. Ryrie quando ele começa seu livro “Teologia Basic” com estas declarações relativas a teologia cristã:

“A palavra ‘teologia,’ de ‘theos’, que significa Deus e” logos “que significa a expressão racional, significa que a interpretação racional da fé religiosa. Teologia cristã significa, portanto, a interpretação racional da fé cristã. A teologia é inteligível . Ele pode ser compreendida por a mente humana em uma ordem, racional “(p. 13). Ryrie continua, “Deus se comunica em um normal, simples ou literal maneira. Ignorando isso irá resultar no mesmo tipo de exegese confusa que caracterizou a patrística e intérpretes medievais ” (p. 17).Infelizmente, o irmão Ryrie quebra sua própria regra quando ele vem para a doutrina da Trindade.

O imperador está nu

A doutrina da Trindade com a sua falta de cobertura bíblica me faz lembrar de um conto de Hans Christian Andersen chamado “A Roupa Nova do Imperador”. A história diz respeito a um imperador que era tão vaidoso quanto ao que ele usava que ele não se preocupava com nada, exceto exibindo roupas novas.

Dois vigaristas vieram à cidade, e pegando na vaidade do Imperador, eles decidiram constrangê-lo e fazer um monte de dinheiro. Eles foram chamados para apresentar ao Imperador um terno novo, mas em vez de usar o dinheiro que eles receberam para comprar a mais fina seda, eles teceram a calça, casaco e manta de material invisível “leve como uma teia de aranha.”

O Imperador mal podia esperar! Dia após dia, ele enviou funcionários para ver o trabalho em andamento. Eles tinham vergonha de dizer a ele que não tinham visto nada, então eles voltaram cada vez exclamando sobre o design e cores magníficas.

Finalmente chegou o dia para o Imperador para liderar uma grande procissão com as requintadas roupas novas. Colocá-los, com seus funcionários ao redor dele, exclamando, ele não se atreveu a dizer-lhes que se sentia nu. Toda a sua comitiva olhou e olhou. Uma não viu mais do que o outro, mas todos eles se juntaram ao Imperador em exclamando: “Oh! É bem bonito!” Sua carruagem estava esperando. Deu a cada um dos vigaristas uma cruz para usar em volta de seu pescoço, e conferindo a cada o título de “Sir Weaver,” partiu para liderar o grande desfile.

Todo mundo nas ruas e janelas animou e disse: “Oh, como são belas as roupas novas do Imperador! Não cabem a ele com perfeição? E ver sua longa comitiva!” Ninguém se atreveu a confessar que ele não conseguia ver nada.

“Mas o imperador está nu”, disse um menino. “Bem, isso é verdade!”, disse o pai. E uma pessoa sussurrou para outro o que a criança tinha dito: “Ele não tem nada sobre si. Uma criança disse que está nu.” Ganhar coragem toda a cidade gritou por fim, “O Imperador não tem nada em si!”

Você pode perguntar: “o que você está dizendo?” Eu estou dizendo que a doutrina da Trindade é Biblicamente nua , e eu estou chamando todos aqueles que vêem e amam a verdade para se juntar a mim em se manifestar.

No amor cristão,

Joel Hemphill

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* http://www.trumpetcallbooks.com/trinity_truth.html

Inácio e os problemas que o envolvem

Outro escritor da safra do segundo século é Inácio1. O detalhe deste é que, ao menos nos escritos atribuídos a ele, é reconhecido por seus estudiosos como um antissemita2. É, também, dos chamados “pais apostólicos”3, o mais usado pelos que defendem a deidade de Jesus pois nas cartas que ele teria escrito há, pelo menos, cinco ou seis supostas ocorrências de expressões onde ele teria chamado Jesus de Deus. Antes de considerar essas afirmações algumas coisas, porém, precisam ser ditas acerca de Inácio. Além das características antissemitas de seus escritos o que explica a tendência de desapego ao monoteísmo como apresentado pelos judeus; precisamos, também, atentar para algumas coisas: Ainda que a existência de Inácio entre o primeiro e o segundo século d.C seja atestada por historiadores como Eusébio de Cesareia, os escritos atribuídos a ele estão envoltos em muitas discussões, chegando mesmo a desconfiança de não serem autênticos, seja o todo ou parte. Isso ocorre porque, no geral, costumamos associar a data da carta ao período de vida do escritor. Este raciocínio é correto e óbvio, mas em se tratando de escritos antigos temos um problema que deve ser levado em consideração. O fato de Inácio ter vivido no segundo século não significa que o que temos em mãos, alegados com seus escritos, tenham sido realmente escritos por ele ou em sua época. A suspeita a esse respeito se deve, não porque não tenhamos os autógrafos, teoricamente produzidos por ele, mas, pelo fato de haver relatos em seus escritos que são considerados por alguns de seus analistas como anacrônicos para a época. Sheldon comenta o trato que é dado ao episcopado: “Inácio, no entanto, parece ter sido uma exceção à sua época no grau de ênfase que ele colocou sobre a dignidade episcopal. Ele fica tão praticamente só a esse repeito que alguns se dispuseram a questionar a autenticidade das epístolas atribuídas a ele. Baur declara ser impossível que qualquer escritor de uma época tão precoce pudesse ter proferido tais noções episcopais elevadas, como as que aparecem nas chamadas epístolas inacianas4. Nessas epístolas há cerca de 125 vezes a ocorrência da palavra “bispo” sempre o colocando em uma posição de destaque em uma época em que a igreja não estava definida com o tipo de estrutura eclesiástica que ele apresenta. Alguns escritores até mesmo consideram muito do que se fala de Inácio um resultado posterior de elaboração histórica e não de um fato histórico propriamente dito: “Toda a história de Inácio é mais lendária do que real, e seus escritos estão sujeitos a grave suspeita de interpolação fraudulenta5. Algumas coisas na história supostamente escrita por Inácio não se harmonizam com o que ocorria à época sugerida de sua autoria. Na carta de Inácio aos Romanos, por exemplo, ele introduz: “à Igreja que preside na Região dos Romanos” dando a entender uma primazia romana que não se verá senão séculos mais tarde.

Bernard D. Muller lembra que não havia nenhum motivo para Inácio ser levado à Roma para execução. A condenação “por causa do nome e na esperança” para um cristão não seria suficiente. Essa condenação já declarada e reconhecida em suas epístolas também indica que ele não era cidadão romano, pois um cidadão romano seria julgado em Roma. Plínio, o jovem, em uma de suas correspondências ao imperador Trajano, indica que cristãos ainda não julgados poderiam ir à Roma para julgamento desde que fossem cidadãos romanos, mas não  havia necessidade de serem levados para lá os que não sendo cidadãos romanos já houvessem sido condenados localmente. O próprio Plínio não enviou os cristãos já condenados para martírio em Roma: “Eu próprio perguntei-lhe se eram cristãos. Aqueles que reconheciam sê-lo, repeti essa pergunta uma segunda e uma terceira vez, ameaçando-os com o suplício. Aqueles que persistiam mandei executá-los. Com efeito, o que quer que significasse a sua confissão, era para mim indubitável que aquela teimosia, aquela inflexível obstinação merecia ser punida. Houve outros possuídos da mesma loucura, que em razão de sua qualidade de cidadãos romanos, designei para serem enviados a Roma6 (grifei). A menção de Inácio de tornar-se alimento das feras, também não condiciona a necessidade de ir para Roma, pois no apócrifo “Atos de Paulo e Tecla”, Tecla, a heroína, é jogada às feras no anfiteatro de Licaônia, outros dizem que foi na própria arena de Antioquia, cidade de Inácio. Eusébio mesmo informa que os cristãos condenados em cidades gaulesas foram executados lá mesmo, no final do segundo século. A despesa que daria ao império para conduzir por um roteiro como o sugerido nas epístolas inacianas um preso já condenado não justifica o suposto percurso feito por Inácio, principalmente porque ele teria feito uma rota por terra, passando por Esmirna que não era caminho, tornando tudo mais dispendioso que um percurso por mar para duas cidades próximas à costa: Antioquia e Roma. Há ainda uma longa discussão sobre a evidência interna das cartas, que apesar da semelhança entre si, mostram, também, muitas discrepâncias e incongruências, o que aponta para a possibilidade de mais de um autor7. Por questões de espaço não vamos abordar todos os detalhes aqui8, mas a título de exemplo temos a questão do uso recorrente da alusão ao bispo existente em praticamente todas cartas, e apesar de sugerir o primado romano, Inácio não faz menção do bispo em sua carta aos romanos. Bernard D. Muller observa que o arranjo “presbitério”, “presbíteros” e “diáconos” aparece em aos Ef. = 3, aos Mg. = 8, aos Tr. = 9, aos Fd. = 8, aos Smr. = 3, a Pl. = 2, mas aos romanos a referência é zero vez. Não há menção a existência do bispo de Roma e o escritor aos Romanos vai mais além; em 9.1 se lê: “Lembre-se em suas orações da igreja que está na Síria, que tem Deus como seu pastor, em meu lugar Jesus Cristo será o seu bispo – Ele e seu amor.” Nesse verso, a despeito da preocupação latente do respeito, reverência devida e importância dos bispos locais, Inácio teria sugerido que na Síria (que parte da Síria?) ficaria sem bispo local na ausência dele, e Jesus Cristo seria o bispo. Isto é algo completamente discrepante para quem dá tanta importância aos bispos locais nas outras epístolas. Esse detalhe dá a entender uma autoria diferente para a carta aos romanos.

Outro exemplo nos é dado por Muller! A preexistência de Jesus é ensinada em aos Magnésios:

…Jesus Cristo, que estava com o Pai antes dos mundos e apareceu no fim dos tempos.” (6: 1)

… Jesus Cristo, que veio para diante de Pai” (7: 2)

… Os divinos profetas viveram depois de Cristo Jesus. Por isso também foram perseguidos, sendo inspirados por Sua graça até o fim … Jesus Cristo, Seu Filho, que é a Sua Palavra que procede do silêncio, que em todas as coisas era bem agradável a Ele que O enviou.” (8: 2).

Mas, parece ser negada nas outras cartas:

Porque o nosso Deus, Jesus, o Cristo, foi concebido no ventre de Maria de acordo com a dispensação, da descendência de David, mas também do Espírito Santo, e Ele nasceu … E escondida do príncipe deste mundo foi a virgindade de Maria9” (Ef. 18: 2-19: 1-A)

… Jesus Cristo, que era da raça de Davi, que era o Filho de Maria, que realmente nasceu …” (Tr. 9: 1)

Ele é verdadeiramente da raça de David segundo a carne, mas filho de Deus pela vontade e poder divino, verdadeiramente nascido de uma virgem …” (Smr 1: 1)

Isso parece mostrar que a carta aos Magnésios não foi escrita pela mesma pessoa que escreveu a carta aos Efésios, aos Tralianos e aos Smirnianos. Além de conter relatos não endossados pelos escritos neotestamentários como, por exemplo, o relato de Mg. 9.2b “Como podemos viver sem aquele que até os profetas, seus discípulos no espírito, esperavam como Mestre? Foi precisamente aquele que justamente esperavam, quem ao chegar, os ressuscitou dos mortos”, onde se alega que Jesus havia ressuscitado antigos profetas de Israel. Por essas e outras coisas os escritos atribuídos a ele são os que mais tem gerado discussão entre os estudiosos da patrística. Some-se a isso o fato de haver, pelo menos, três recessões de seus escritos: Duas gregas (uma maior e outra menor) e uma siríaca encontrada somente no séc. XIX e que contem três epístolas atribuídas a ele: Epístola de Barnabé, Epístola de Policarpo e Epístola aos Efésios. Houve uma época em que se acreditava que Inácio havia escrito 15 epístolas, dentre elas, aos Tarsos, aos Antioquinos, a Herói, um diácono de Antioquia, aos Filipenses, a Maria de Neápolis (em Zarbo), Primeira Epístola a São João, Segunda Epístola a São João; mas o estudo crítico mostrou tratar-se de falsificações, já que o linguajar adotado é ainda mais anacrônico que as ideias contidas nas outras epístolas. Três epístolas só existem em versões latinas, quando era de se esperar que houvesse também em grego. Mesmo as outras epístolas que são consideradas (ou convencionadas) de Inácio, mas não por todos os especialistas, não estão livres de problemas. Acerca disso a obra Ante-Nicene Fathers10, Vol. 1, informa: “Mas, embora a forma mais curta das cartas de Santo Inácio tenha sido geralmente aceita em detrimento da maior, tem havido uma opinião bastante prevalente entre os estudiosos, que ainda não podem ser consideradas como absolutamente livres de interpolações, ou como de autenticidade inquestionável” (destaquei). Assim, os escritos de Inácio parecem ser aqueles que, fora do Novo Testamento, tem as bases mais inseguras para tentar reconhecer ou atribuir deidade a Jesus a partir deles.

Uma das reivindicações feitas sobre a suposta afirmação de Jesus como Deus nos escritos de Inácio decorre de uma citação da epístola a Policarpo cap. VIII: “em Jesus Cristo, nosso Deus” que não aparece na versão siríaca. Na verdade, todo o capítulo VIII na versão siríaca é apenas um versículos, o epílogo: “Saúdo-o que é contado digno de ir a Antioquia, em meu lugar, como já te mandei”. Da epístola aos Efésios é tirada outra citação usada comumente nos livros de apologética trinitária, cap. VII “Deus existente em carne; verdadeira vida em morte; tanto de Maria e de Deus”, na outra versão grega está diferente: “o Filho unigênito e Palavra, antes dos tempos eternos, mas que depois se tornou também o homem, da Maria Virgem. Pois ‘o Verbo se fez carne’”, além de não se fazer qualquer referência a “Deus existente em carne” no mesmo capítulo na versão siríaca. Ainda no cap. XVIII: “Porque o nosso Deus, Jesus Cristo, foi, de acordo com a nomeação de Deus, concebido no ventre de Maria”. Na versão siríaca não se encontra esse verso e na outra versão grega tem redação diferente: “Porque o Filho de Deus, que foi gerado antes dos tempos eternos, e estabeleceu todas as coisas de acordo com a vontade do Pai, Ele foi concebido no ventre de Maria”. Outra declaração tomada dos escritos de Inácio se encontra na mesma epístola em XIX: “o próprio Deus sendo manifestado em forma humana”, mas, mais uma vez é dito de forma diferente na versão siríaca: “E aqui, na manifestação do Filho, a magia começou a ser destruída”. A outra ocorrência é tirada de sua epístola aos Romanos, cap. III: “Porque o nosso Deus, Jesus Cristo, agora que ele está com o Pai, é ainda mais revelado” e mais uma vez na outra versão grega temos uma declaração diferente: “O cristão não é o resultado de persuasão, mas de poder, quando ele é odiado pelo mundo, ele é amado de Deus”. A outra ocorrência pode ser lida na epístola aos Esmirnianos, cap. I: “Eu glorifico a Deus, Jesus Cristo, que te fez sábio”, no outro texto grego se lê: “Eu glorifico o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que te fez sábio”. Como se percebe os textos gregos, ora diferem entre si, ora diferem do siríaco no trecho que chamam Jesus de Deus. Assim, os escritos atribuídos a Inácio tem problemas sérios que inviabilizam uma identificação positiva de que ele tenha chamado Jesus de Deus por Inácio, e ainda mais quando os próprios crísticos reconhecem que mesmo a versão menor do grego, aceita por muitos, não se pode dizer que está livre de falsificações.

Na suposta epístola de Inácio a Virgem Maria, que é uma das consideradas do pseudo-inácio, é citado um arranjo trinitário, mas, mesmo assim, não como uma consubstancialidade de pessoas na Deidade. Para ele a filiação divina de Cristo tem início com a encarnação: “É a partir dela que há uma Trindade11 de Deus, Cristo e o Espírito Santo12.

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1 Falecido em 110 d.C

2 Inácio faz em todo compêndio atribuído a ele somente três vezes alusões ao Antigo Testamento.

3 Diz-se daqueles que estavam vivos enquanto alguns dos apóstolos também estavam.

4 Apud Henry C. Sheldon em História da Igreja Cristã,, Vol 1, p 147

5 Apud Philp Schaff em História da Igreja Cristã, Vol.2, ch 4

6 Carta de Plínio ao imperador Trajano (111-112 d.C)

7 Para uma amostragem mais detalhada veja https://www.oocities.org/b_d_muller/ignatius.html (originalmente estava em http://historical-jesus.info/ignatius.html)

8 Uma delas, por exemplo, são as referências ao gnosticimo de Basílides surgidas após a morte de Inácio em 110 d.C.

9 Inácio aqui teria feito alusão a virgindade perpétua de Maria, dogma sustentado ainda hoje pela igreja Católica Romana.

10 http://www.biblestudytools.com/history/early-church-fathers/ante-nicene/vol-1-apostolic-with-justin-martyr-irenaeus/ignatius/third-epistle-same-st-ignatius.html

11 Destaque-se que aqui também a palavra trindade é, certamente, adaptação de Padovese, não de Inácio que viveu no ano 107 d.C, portanto antes de Tertuliano, “inventor” da palavra trindade. Inácio, certamente, falou de uma tríade.

12 Idem, pág. 64

Hb. 13.8. Será Jesus eterno?

Hb. 13.8 não prova a eternidade de Jesus. A primeira observação a ser feita nessa questão é que a expressão “Jesus Cristo” situa Jesus no tempo. Ou seja, é aquele conhecido carpinteiro. Mesmo que Jesus houvesse ou houver preexistido. O verso 8 fala do Jesus conhecido, o histórico. Aquele que foi visto. O nome Jesus e o identificativo Cristo o situam historicamente e não como preteritamente eterno.

Diga-se de passagem, também, que a expressão “ontem” não é uma expressão de eternidade, mas de temporalidade. O patriarca Jó disse em 8:9 “Porque nós somos de ontem…”. Certamente “ontem” não é a melhor palavra para se alegar que alguém seja eterno.

A verdadeira expressão para eternidade plena é dita acerca de Yahweh, o Pai: Sl 90:2 “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.” e 1Cr 29:10 “Por isso Davi louvou a Yahweh na presença de toda a congregação; e disse Davi: Bendito és tu, Yahweh Deus de Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade.”

Esta é a forma bíblica de dizer que alguém é eterno: “Eternidade a eternidade”.

A palavra “ontem” porem remete a um momento no tempo e não a um momento fora do tempo.

Assim, Hb. 13.8 não é suficiente para se afirmar que Jesus é um ser de “eternidade a eternidade”, a não ser pela vontade de quem quer achar assim.

Hb. 7.3 e a eternidade de Jesus (?)

Será que Hb. 7.3 está ensinado sobre a eternidade de Jesus?

Hb 7:3 “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre“.

Para responder a essa pergunta precisamos entender o que o contexto quer dizer.

A Bíblia está textualmente dizendo que Melquisedeque não tinha pai, mãe ou genealogia, sem início de dias ou fim de dias, sendo semelhante ao Filho de Deus.

Se querem ver eternidade plena de Jesus nessa passagem precisarão considerar PRIMEIRO que Melquisedeque seria eterno também, pois note que é dele (Melquisedeque) que se fala não ter pai, mãe ou genealogia, princípio ou fim de dias. Ali também se diz “permanece sacerdote para sempre”, mas não é de Jesus que se diz isso, é de Melquisedeque que se diz “permanece sacerdote para sempre”. Não poderão alegar que Melquisedeque é Jesus preexistente, porque dele se diz ser semelhante ao Filho de Deus, ou seja, são dois seres distintos postos em paralelo. Um para mostrar legítimo o sacerdócio do outro. Assim, algumas perguntas, de cara, fazem-se necessárias:

  1. Melquisedeque realmente não tinha pai, mãe ou genealogia?
  2. Ele não tinha início ou fim de dias?
  3. Ele permanece sacerdote para sempre?

Ao que parece, querendo afirmar que Jesus é eterno, usam a passagem referente a Melquisedeque, mas esquecem que o que foi dito, foi dito do próprio Melquisedeque e depois houve comparação de ou com Jesus.

Então, em que Jesus é semelhante a Melquisedeque? Será na eternidade de Melquisedeque?

A explicação começa a ser delineada na sequência do texto bíblico.

Hb 7:4 “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos”. Se falou de Melquisedeque nesses termos para mostrar que apesar de desconhecido, ele era, pelo ato de Abraão, evidentemente, grande em dignidade.

Em seguida lemos Hb 7:6 “Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. ” Aqui temos uma informação importantíssima: Melquisedeque é aquele cuja “GENEALOGIA NÃO É CONTADA ENTRE ELES”. Ou seja, o que se quis dizer antes foi que Melquisedeque não tinha genealogia entre os Levitas e não que ele fosse eterno. O destaque é que não existe o registro de seu nascimento e de sua morte: “sem início ou fim de dias”. O que se quer dizer é que nada se sabe sobre ele que o tornasse merecedor do sacerdócio. Ou seja, é alguém que apesar de não ser contado entre os levitas (não existia registro algum de sua vida) era tão importante que recebeu dízimo dos levitas que estavam, em semente, nos lombos de Abraão que efetivou a dádiva. É esse sacerdócio não preso às amarras da lei (a lei determinava uma outra base para o sacerdócio), que faz de Melquisedeque, por direito, sacerdote para sempre, o que não quer dizer que o próprio Melquisedeque tenha vivido pela eternidade. O que em está causa é o mérito.

A semelhança falada ali não é com a suposta ETERNIDADE de Melquisedeque, mas com o fato de ele não ser contado entre os que cabiam o sacerdócio e mesmo assim ser legitimamente sacerdote.

O foco de todo o contexto é a legitimidade e superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico a partir da comparação do sacerdócio de Melquisedeque que não era descente da tribo de Levi.

No contexto não se trata da eternidade; nem a de Melquisedeque, nem a de Jesus. E nem a eternidade de Jesus é ventilada, mesmo que indiretamente, pois se o fosse, então, estaria estabelecida também a eternidade de Melquisedeque.

É um verso que é fácil de descontextualizar quando se tem o propósito de por Jesus como ente eterno. Mas se esquecem que ali se se falasse de eternidade, o que não é o caso, estaria se falando primeiramente da eternidade de Melquisedeque, como reiteradas vezes falei. Mas, como vimos o objetivo foi falar da ausência genealógica ou registro de nascimento e morte daquele sacerdote, o que o tornaria um estranho e indigno da função aos olhos dos judeus, que só surgiriam posteriormente. Mas quando Abraão, o maior dos patriarcas, dá o dízimo a ele, revela e legitima sua grandeza e dignidade. É nesse comparativo de grandeza e dignidade, sem estar no rol dos levitas, que ele é posto em paralelo ao Filho de Deus.

Ver ali um ensino sobre a eternidade de Jesus decorre de uma leitura apressada do verso bíblico.

Quem era Jesus segundo Paulo

A despeito de algumas afirmações taxativas de Paulo sobre quem é o Pai e quem é o Filho, como, por exemplo, I Co. 8.6 “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”, os reconhecendo em distinção naquilo que eles são, alguns trinitarianos evidenciam uns poucos versos onde entendem que Paulo está chamando Jesus de Deus para considerá-lo como sendo o mesmo Deus que o Pai.

Notadamente temos três ou quatro versos que Paulo, supostamente, chamaria Jesus de Deus. Digo três ou quatro porque um deles é uma reconhecida alteração no texto original e, também, digo “supostamente” porque nenhum deles são textos de traduções uniformes, ou seja, o original permite outras compreensões além daquela que fazem os trinitários ao acharem que Jesus é o próprio Deus.

Esses versos são:

Rm 9:5 “Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.

I Tm. 3.16 “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.

Fp 2:6 “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,

Tt 2:13 “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo;

– O primeiro deles (Rm. 9.5) se debate a pontuação que afeta a tradução, já que no grego antigo não tinha pontuação, nem capitulação.

Por causa dessa particularidade Robert H. Mounce diz:

esse fato criou algumas dificuldades para os estudiosos contemporâneos, visto que o modo de um versículo ser pontuado pode ter efeito importante sobre a sua interpretação. Um dos exemplos notáveis disso é Romanos 9.5. Se uma pausa maior for feita depois da κατὰ σάρκα (lit. “segundo a carne”), a parte final do versículo seria uma declaração a respeito de Deus Pai (A NEB traz: “Que Deus, supremo sobre todos, seja abençoado para sempre! Amem”). No entanto, em se fazendo uma pausa menor naquela posição, as palavras finais da frase falariam de Cristo. A NVI diz: “[…] de Cristo, que é Deus acima de tudo, bendito para sempre!  Améme concluiO modo de a tradução lidar com um versículo ambíguo tal como esse revela as tendências teológicas do tradutor

(Mounce, William D. in Fundamentos do Grego Bíblico [Livro de Gramática] 1º Edição – 2009, pág. 17).

– O segundo deles (Fp. 2.6), é considerado um dos versículos mais discutidos da Bíblia, justamente por causa das possibilidades, tanto de tradução como de entendimento. Ou seja, é um verso que permite mais de uma tradução, ainda que, certamente, só um entendimento sobre ele deve ser o correto. Mas, as questões principais sobre sua compreensão e tradução envolve a palavra “forma” já que Paulo simplesmente poderia dizer “sendo Deus”. Alguns têm pretendido ver na palavra “forma” um indicativo de “natureza” ou “essência” da Deidade, há até léxicos que trazem esse significado para a palavra, ainda que vários outros apresentem apenas “forma” ou “aparência exterior” como seu significado. Vale destacar que o significado de “natureza” ou “essência” não parte de nenhum verso das Escrituras e nem dos usos adotados no tempo do Novo Testamento. A palavra tal qual aparece no original grego em Fp. 2.6 (Mορφή=forma) ocorre também em Mc. 16.12 “E depois manifestou-se noutra forma a dois deles”. É indubitável que Marcos não está fazendo qualquer referência a substância ou essência de alguém, mas a aparência exterior, a forma visível.

Note que Paulo faz questão de dizer “forma de Deus” ao invés de dizer “sendo o próprio Deus”.

A outra questão, nesse versículo, está relacionada à frase seguinte onde até mesmo entre gramáticos trinitários há discussão e que afeta a interpretação podendo levar a dois entendimentos diferentes: Ele não quis roubar a igualdade, o que permite uma tradução tal qual encontramos na Bíblia da CNBB “não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deusou não quis se valer da igualdade, tal qual aparece na ARA “ não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar”? Ambas suavizam o significado da palavra “ἁρπαγμὸν”, cujo verbo que lhe dá origem é usado recorrentemente no Novo Testamento com sentido de roubar, saquear, arrebatar, etc: “Ou, como pode alguém entrar na casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?” (Mt 12:29), ou ainda, Mt 13:19: “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração;

– O terceiro deles, I Tm. 3.16 tem a tradução na ARA: “Aquele que se manifestou em carne”, ao passo que a ACF traz “Deus se manifestou em carne”, no entando essa segunda versão surge a partir de uma adulteração de “OΣ” (em grego significa “Quem”, “Aquele”) para “ΘΣ” (Deus). Tal alteração foi tornada pública por um cristão reformado da Basileia chamado Johan J. Wettstein, em 1715. Logo, por causa disso, perderia o diaconato e o emprego. Ele percebeu que a letra considerada “Θ” (theta) na contração do nomina sacra “ΘΣ” (Deus) era na verdade um “O” (ômicron) componente do pronome demonstrativo “OΣ” (aquele), já que o “traço” central que transformou o ômicron em um theta decorreu de um borrão (vazamento) do texto constante do outro lado do pergaminho. Geralmente nos abreviações das palavras Deus (ΘΣ), Senhor (KY), Jesus (IΣ), no texto greto, se colocava um traço sobre as letras para indicar a contração. Wettstein percebeu que a tinta era nitidamente diferente da do restante do texto e concluiu tratar-se, de fato, de uma corrupção do texto. Muitos manuscritos trazem “Deus se manifestou”, mas são reproduções surgidas a partir de um manuscrito corrompido e são relativamente recentes em suas datações. De qualquer forma, dizer que “Deus” precisou ser justificado no Espírito é algo que não podemos, sequer, cogitar e está dito na sequência do verso. Logo, a leitura constante da Almeida Atualizada deve ser considerada a correta por mais de uma razão.

O quarto deles é Tt. 2.13. O debate sobre este verso envolve as possíveis traduções: “Grande Deus e do Salvador Jesus Cristo” ou “Grande Deus e Salvador Jesus Cristo”, esta última condicionada por uma “adição” recente (uns 200 anos), feita por um inglês, Granville Sharp, religioso não acadêmico, à milenar gramática grega, que foi recepcionada como regra, mas é de tal modo precária que até mesmo trinitários questionam a sua eficácia e/ou abrangência.

O fato curioso da leitura “Grande Deus e [ ] salvador Jesus Cristo” de Tt. 2.13 se dá quando comparada a I Ts. 1.12 “a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”. Os dois versículos seriam, se considerarmos a “regra” utilizável, abrangidos por ela; mas, em um verso se admitiu possível e correta a tradução “Deus e do Senhor Jesus Cristo”, mas não se fez da mesma forma em Tt. 2.13, onde preferiram a tradução “Deus e Salvador Jesus Cristo”. Embora a palavra “Salvador” e “Senhor” sejam da mesma classe gramatical, a razão da colocação da preposição em apenas uma, quando é legitimamente possível nas duas se dá, hoje, pela evocação da Regra de Sharp que, subjetivamente trata essas palavras com classificação gramatical diferente; considerando “Senhor” em Tt. 2.13 como um nome, tratando-a diferente da palavra “Salvador” em I Ts. 1.12. Ou seja, aplicaram a suposta regra a partir de um critério subjetivo. Esse é só um dos problemas com essa regra. Para um maior detalhamento veja AQUI.

Bem, se na comparação Tt. 2.13 e I Ts. 1.12 é possível as duas traduções, um trinitario poderia perguntar: por não deveríamos seguir a que é usualmente feita para Tt. 2.13 também em I Ts. 1.12 e vertermos o verso como “a graça de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo”? A resposta a essa pergunta é simples. Em um texto onde um verso pode ser traduzido de duas formas devemos buscar saber como o autor entende a questão. Como Paulo é o autor das duas frases. Devemos saber se ele costuma tratar Deus e Jesus, ou o Pai e o Filho, como sendo ambos o mesmo Deus.

Lembrando sempre, como se pode ver acima, que embora haja quatro versos usados para dizerem que Paulo chamou Jesus de Deus, apenas três permanecem, mas, ainda assim sob dependências de circunstâncias gramaticais e interpretações passíveis de questionamento.

Nesse ponto é oportuno fazermos essa averiguação de identificação nos escritos de paulinos:

At. 13:23 “Da descendência deste, conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel

At. 20.24 “Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.

Rm 1:4 “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,

Rm 1:7 “A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

Rm 2:16 “No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Rm 3:22 “Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.

Rm 5:1 “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;

Rm 5:8 “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

Rm 5:10 “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.

Rm 5:11 “E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.

Rm 5:15 “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.

Rm 6:10 “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

Rm 6:23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.

Rm 7:25 “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.

Rm 8:17 “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.

Rm 8:34 “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

Rm 8:39 “Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Rm 10:9 “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

Rm 15:30 “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;

Rm 15:5 “Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus,

Rm 15:6 “Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Rm 15:7 “Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.

Rm 15:8 “Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais;

Rm 15:16 “Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.

Rm 15:17 “De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus.

Rm 15:30 “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;

Rm 16:27 “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.

1Co 1:1 “Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus), e o irmão Sóstenes,

1Co 1:2 “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso

1Co 1:3 “Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”

1Co 1:4 “Sempre dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.

1Co 1:9 “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.

1Co 1:24 “Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.

1Co 1:30 “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;

1Co 3:23 “E vós de Cristo, e Cristo de Deus.

1Co 4:1 “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus.

1Co 6:14 “Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.

1Co 6:11 “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.

1Co 8:6 “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.”

1Co 11:3 “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

1Co 12:3 “Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.

1Co 15:15 “E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam.

1Co 15:28 “E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.

1Co 15:57 “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.

2Co 1:1 “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus, que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia.

2Co 1:2 “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.

2Co 1:3 “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;

2Co 1:19 “Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, Silvano e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim.

2Co 1:21 “Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus,

2Co 2:14 “E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento.

2Co 2:15 “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.

2Co 3:4 “E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;

2Co 4:4 “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.

2Co 5:18 “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;

2Co 5:19 “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.

2Co 5:20 “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.

2Co 9:13 “Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos;

2Co 10:5 “Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;

2Co 11:2 “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.

2Co 11:31 “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto.

2Co 12:19 “Cuidais que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação.

2Co 13:14 “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.

Gl 1:1 “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos),

Gl 1:3 “Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo,

Gl 2:20 “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

Gl 2:21 “Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.

Gl 3:17 “Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa.

Gl 3:26 “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.

Gl 4:6 “E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.

Gl 4:7 “Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.

Gl 4:14 “E não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne, antes me recebestes como um anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo.

Ef 1:1 “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus

Ef 1:2 “A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!

Ef 1:3 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;

Ef 1:17 “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação;

Ef 2:10 “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

Ef 2:12 “Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.

Ef 3:9 “E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;

Ef 3:14 “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,

Ef 3:19 “E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

Ef 4:6 “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.

Ef 4:13 “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,

Ef 4:32 “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.

Ef 5:2 “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.

Ef 5:5 “Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.

Ef 5:20 “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;

Ef 6:6 “Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus;

Ef 6:23 “Paz seja com os irmãos, e amor com fé da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo.

Fp 1:2 “Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.

Fp 1:8 “Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.

Fp 1:11 “Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

Fp 2:11 “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Fp 3:3 “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.

Fp 3:14 “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

Fp 4:7 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.

Fp 4:19 “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.

Cl 1:1 “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo,

Cl 1:2 “Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

Cl 1:3 “Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós,

Cl 1:27 “Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;

Cl 2:2 “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo,

Cl 2:12 “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.

Cl 3:1 “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.

Cl 3:3 “Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.

Cl 3:17 “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

Cl 4:3 “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;

1Ts 1:1 “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

1Ts 1:3 “Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,

1Ts 2:14 “Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles,

1Ts 2:15 “Os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens,

1Ts 3:2 “E enviamos Timóteo, nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé;

1Ts 3:11 “Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, encaminhe a nossa viagem para vós.

1Ts 3:13 “Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos.

1Ts 4:1 “Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais.

1Ts 4:14 “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.

1Ts 4:16 “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.

1Ts 5:9 “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,

1Ts 5:18 “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.

1Ts 5:23 “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”

2Ts 1:1 “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo

2Ts 1:2 “Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.”

2Ts 1:8 “Com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;”

2Ts 1:12 “Para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.

2Ts 2:16 “E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança,”

2Ts 3:5 “Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.

1Tm 1:1 “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa,

1Tm 1:2 “A Timóteo meu verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor.

1Tm 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.

1Tm 5:21 “Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.

1Tm 6:13 “Mando-te diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão,

2Tm 1:1 “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus,

2Tm 1:2 “A Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso.

2Tm 2:19 “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.

2Tm 4:1 “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,”

Tt 1:1 “Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,

Tt 1:4 “A Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.”

Fm 1:3 “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

Acredito ser muito difícil, mas difícil mesmo, que alguém imparcial entenda, naturalmente, diante de uma quantidade tão grande de informação que aponta justamente para o caminho contrário, e, sabendo das questões gramaticais e interpretativas de Rm. 9.5, Fp. 2.6 e Tt. 2.13, que o apóstolo Paulo, nesses três versos, esteja identificando Jesus como sendo o mesmo Deus com o Pai, quando provas não faltam que ele nunca falou de Deus e Jesus, ou o Pai e o Filho, acreditando que fossem o mesmo Deus.

Devemos lembrar, ainda, que Paulo ao apresentar seu Deus aos atenienses, no Aerópago, diante do altar dedicado “Ao Deus Desconhecido”, indica apenas um como sendo esse Deus, e ainda, ao invés de apresentar uma trindade de pessoas da qual Jesus é um de seus integrantes, além de não dizer isso, o Apóstolo acrescenta que Deus “há de julgar o mundo por meio do homem que destinou” (At. 17.31). O mesmo apóstolo diz também em seus escritos “Mas Deus é um” (Gl. 3.20).

As evidências contrárias as pretensões cristoteístas são tão fortes que terminam por denunciar o tamanho da deturpação que muitos, buscando tornar palpável a causa trinitária, fazem das palavras de Paulo em (e a partir de) três versos.

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